terça-feira, 1 de setembro de 2009

Lygia Clark



















O Eu e o Tu, 1967

Como transpor seu gênero? Como entrar na pele de um outro? Sentir o que o outro sente? Como ele se sente?

"Em O Eu e o Tu (1967), um homem e uma mulher vestidos em trajes que encobrem os corpos e usando capacetes que não permitem a visão, abrindo zíperes, entregando-se a mútua exploração" - Milliet, Maria Alice.Lygia Clark: Obra Trajeto. São Paulo, Edusp, 1992.Pp.111.

A artista extrapola as fronteiras da arte rumo a plena experimentação da existência humana, ao auto-conhecimento mediado por uma proposta que quando aceita faz com que o participante se dispa de pudores e preconceitos. Segundo o crítico Paulo Herkenhoff em citação encontrada no site do Itaúcultural:
"Clark avança para ultrapassar a importância do objeto. O artista não é o que apresenta o objeto, mas o que propõe a experiência, como em Caminhando. A relação clara é entre o artista e o Outro. Em paralelo, Oiticica fala da 'supressão definitiva da obra de arte'. Na constituição do corpo coletivo, Lygia Clark explora trocas num tecido de alteridades. Hélio Oiticica declara-se um não moderno. Finalmente, a atuação da artista, o Outro e os objetos relacionais são engajados numa ação terapêutica, ultrapassado o limite entre arte e vida. Não existe, nesta prática, qualquer possibilidade de ação no plano do sistema de arte, seja o museu, o mercado, a crítica ou a história. Lygia assume os extremos de seu projeto: declara-se não-artista. Sua relação de alteridade, através de sua atuação cultural, paulatinamente, se desloca da fruição do espectador e de sua atuação (como na teoria do não-objeto) para a compreensão do Outro como ser necessário e finalmente sujeito concreto". - HERKENHOFF, Paulo. A aventura planar de Lygia Clark: de caracóis, escadas e caminhando. In: CLARK, Lygia. Lygia Clark. São Paulo: MAM, 1999. p. 7, 57.
( veja mais na página de críticas sobre a obra de Clark no site do Itaú Cultural)

3 comentários:

  1. Obra: Eu e o tu, é uma obra que chame a atenção pela forma de expressão em movimento.... Simone Moura 6º semestre A

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  2. Obra: Eu e o tu, uma obra com movimento, tem representação de poucas cores, tem o formato de uma critica,e uma expressão comtemporanea,tem linguagem visual facil de intepretar,assim facilidado o entendimento para o publico...Érica Ferreira6º A

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  3. Acredito que a negação do uso de materiais convencionais usados normalmente nas artes plasticas, já é um abandono do que é tradicional, do que seria comum. Na obra Vaso Ruim - 1999,cerâmica e vaselina,dimensão variaveis,quando ele coloca vaselina dentro do vaso ela começa a ser absorvida pela ceramica, o vaso se parte.Através dessa açao a obra inicial morre,é abandonada e uma nova aparece sem função, quebrada, suja,algo desordenado, que incomoda, calsando uma negação, uma rejeição a quem a observa.

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